28 de março de 2024 - 08:34

Cultura

Feira Cultural Quilombola - Mata Cavalo de Cima

Motivados pela data comemorativa de Zumbi de Palmares e da Consciência Negra, 20 de novembro, instituído pela Lei 12.519 de 2011, a comunidade quilombola do Mata Cavalo de Cima, em Nossa Senhora do Livramento, distante 42 quilômetros de Cuiabá, fez a Exposição dos produtos confeccionados nos cursos e oficinas de outubro e novembro.

Leonice Espirito Santo, ceramista experiente, dividiu seus conhecimentos com as mulheres quilombolas da comunidade e descobriu que a argila local é excelente matéria prima para confecção de vasos, pratos, copos, bandejas, objetos decorativos e se necessário também para telhas e tijolos. Leonice falou do seu desejo: “sonho que a Comunidade de Mata Cavalo se tornar um polo de cerâmica”.

As oficinas, capacitaram as novas artesãs a exprimirem sua criatividade, num movimento de conhecimento, autoconhecimento e auto estima. Representatividade e empreendorismo devem caminhar juntos finaliza a  professora Lemarcia Silva

Ao se capacitarem para novas atividades produtivas, gera-se novas fontes de trabalho e renda, modificando a auto imagem de cada uma das praticantes do artesanato com argila, tecidos, frutas, palhas, sementes e castanhas.

Mas nem só de barro se faz arte. Bolsas, carteiras, turbantes, bijuterias, doces artesanais com as frutas ali produzidas, sabonetes, peneiras, abanadores, óleos de mamona e coco, pomadas com ervas tradicionais, foram um exercício de sororidade, onde juntas as mulheres caminham em direção ao fazer, ao verem-se como capazes, protagonistas da própria cultura, do próprio saber e do fazer.

Zulmira Lúcio idealizadora do projeto, sente-se realizada com os resultados e comemora com Laura Ferreira as novas vertentes de atividade que se abriram com este evento, com geração de renda e sentimento de independência financeira, que se traduz numa auto estima coletiva, onde os dias vagos e ociosos agora se transformam em atividade produtiva, economicamente viável e com variados produtos colocados no mercado.

Além dos aspectos econômicos acima, também a alegria se apresentou para a comunidade, na foram de danças de Siriri, carimbó e afro, enaltecendo as origens africanas da comunidade que vê no presente a continuidade das lutas pela igualdade racial, econômica e social, num lento processo de mudanças históricas onde o racismo estrutural vai sendo dissolvido com o crescimento de atitudes e posturas construtivas de uma realidade mais igualitária para todos.

Laura ao falar sobre o dia da consciência negra enalteceu a historicidade da data, a identidade e os aspectos socioculturais do povo quilombola. Ressaltou os conhecimentos, os fazeres ancestrais ricos múltiplos devem ser apropriados, produzidos e comercializados pela comunidade.  


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